A gravidade atrai os corpos
Segunda-feira, 6 de Junho de 2005
Trama
Todos os dias há uma nova lei que constrange os movimentos.
Os passos que damos podem, sem que o saibamos, ter-se já tornado transgressões.
E as formas da sobrevivência podem ser agora as formas subtis do caos.
No princípio era o caos e o fim será a lei.
O que distingue o homem de tudo o resto é a intenção de justiça.
Que serei eu então, se ao impulso caótico dos sentimentos que geram a vida e a tornam mais que terra, impuser a lei vigorosamente escrita para determinar a todos um percurso único e rigoroso para a morte?
Se eu conseguisse distinguir lei de justiça, se me fosse permitido separar caos de liberdade, se houvesse no som das vozes uma pequena partícula para a diferença entre viver e errar, lograria regressar ao convívio da vontade.
Mas estou no meio de um deserto.
O horizonte é soletrado apenas pela rasa verticalidade dos raios solares.
O lugar onde hei-de chegar não é ainda o próximo oásis.
Pois.
Entre o chegar e o partir, entre o estar e o caminhar, entre o sonhar e o sentir, entre a força e a doçura, entre o martírio e a pena, hei-de sempre hesitar.
São muitas as perguntas sem resposta.
É delas que eu mais gosto.
Justo quer ser o homem porque o mundo não o é.
Amo a ambiguidade.
Porém, odeio a ambiguidade.
amm
De Anónimo a 8 de Julho de 2005 às 20:13
"No princípio era o caos e o fim será a lei." E face a isto te pergunto com toda a ambiguidade, preferes o caos ou a lei?Bastet
(http:7bastetbastet.blogspot.com)
(mailto:bastetbastet@sapo.pt)
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