A gravidade atrai os corpos
Terça-feira, 13 de Dezembro de 2005
Domínio
Houve um tempo em que quis dar um nome diferente ao destino.
Consumido pela inveja de não ter poder sobre o acaso, optei por tirar do vocabulário activo as referências à morte.
Sabia, ou pelo menos suspeitava, que do lado de lá da fronteira a essência das coisas não poderia ser muito surpreendente.
Anos de prática tinham-me dito que o que quer que fossem as boas intenções dos homens, o resumo haveria de ser sempre uma mão cheia de sofrimento e outra com um pozinhos de alegria.
Convenci-me, no entanto, e ainda bem, que um grão de pó insignificante pode pesar mais do que a eternidade e um desleixo assinalável com os deuses é sempre mais humano que o desviar dos olhos quando se nos mostra uma consciência.
É neste estreito caminho que desde então passo os meus passos.
Inquieto, obtuso e orgulhoso.
Assustado, revoltado e contente.
Sereno, cativo e assombrado.
Não me lixem!
Não há prémio nenhum ao chegar à meta.
Agora que tenho um vaga ideia da extensão do tempo quero que os que acham que sabem tudo se fodam.
Odeio acima de tudo os que abusam da ignorância.
Os que abusam do poder, os que abusam do lugar que ocupam.
Odeio os que olham para os que estão ao lado com a intenção de amedrontar.
Odeio os que pegam nas crianças e as fazem mecanismos telecomandados pelo medo ou pelos apetites.
São estes os meus ódios hoje, depois de ter desejado não odiar ninguém.
Sísifo
De Anónimo a 14 de Dezembro de 2005 às 12:19
Safa!
Desta vez é que te zangaste, Sísifo. Vou bazar antes de levar c'a pedra!Fausta Paixão
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